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Fano por um Final de Semana

01:04 Cleber 0 Comments



Ciao pessoal! Como vocês estão? Eu estou muito bem obrigado! 
Neste último final de semana tive a felicidade de ser convidado para conhecer Fano uma pequena cidade no litoral leste da Itália, porém essa viagem foi um tanto diferente das outras afinal quem me convidou foram meus amigos italianos, isso mesmo, um final de semana de imersão total no idioma e na cultura italiana! 

Bem, Fano é a cidade natal de Luca, o mentor da viagem, ele iria visitar a família e resolveu me levar pra conhecer um pouco da cidadezinha que mistura praia e montanhas a menos de 15 minutos de carro. Fano fica a aproximadamente 350km de Lodi, um pouco a frente de San Marino aquele pequeno país que fica no meio da Itália, e possui 60 mil habitantes.



Saímos daqui na sexta (26/02) aproximadamente às 18 horas, a ideia era dormir lá para aproveitarmos o sábado todo. Como nem tudo é perfeito já sabíamos que o tempo não iria colaborar, previsão de chuva para o final de semana todo, nada que algumas roupas extras não resolvessem.

A viagem ocorreu dentro do esperado, motoristas italianos loucos pra todo lado, mas nenhum incidente (haha). Paramos pra comer algo na estrada e algumas vezes para abastecer. Até então foi a típica viagem pelas BR's do Brasil, pistas triplicadas, trânsito fluindo bem, alta velocidade, e a medida que a paisagem ia passando eu ia me encantando com a Itália vista de diferentes angulos. Na cidade de Reggio Emilia avistamos afastadas da rodovia principal três pontes que foram uma obra do arquiteto Santiago Calatrava, como o tempo e o carro em movimento não colaboraram para uma foto melhor eu peguei uma na internet.


Fonte: Wikipédia
Quando nos aproximamos da casa do Luca eu me animei pelo simples fato de ver "colinas" se é que pode se chamar assim (haha), o lugar fugia da monotonia de Lodi onde tudo é planície atrás de planície, o fato estar em um lugar alto que te privilegia com uma visão do todo faz uma enorme diferença.

Ao chegar na casa fomos recebidos pela mãe do Luca que insistiu na ideia de já me conhecer (impossível). Depois de esclarecida a história fomos nos acomodar e colocar uma roupa mais confortável.

Parada pra esclarecer alguns pontos sobre viajar apenas com italianos: Como vocês sabem, eu estou aqui a menos de dois meses e, antes de chegar aqui não tinha tido nenhum contato com a língua, puro desinteresse mesmo, italiano nunca me chamou atenção. Porém como era de se esperar aos poucos você vai aprendendo o básico e se virando como dá, uma combinação de gestos + inglês e espanhol. 
Como eu moro com um brasileiro, meu cérebro fica no modo automático (português) e toda vez que preciso começar a falar italiano ele exige de mim um tempo de adaptação, irei explicar melhor. Ao entrar no carro com três italianos por um segundo eu realmente me arrependi, aqueles cinco primeiros minutos foram horríveis, parecia que tudo que eu queria falar não saía, porém depois de "entender" que o idioma que devia usar era o italiano tudo fluiu melhor. 

No sábado pela manhã acordamos e saímos para fazer a colazione (café da manhã dos italianos), fomos até um barzinho bem no centro da cidade e comemos um croissant com um cappuccino, como eu gosto muito de café iria pedir outro mas eles sugeriram que bebêssemos mais tarde em outro bar, assim aproveitaríamos pra conhecer melhor a cidade. O lugar estava cheio de famílias e até mesmo alguns cachorros brincando entre as mesas, o clima era bem aconchegante.

Depois do primeiro café fui conhecer o mar da Itália, sinceramente eu não sabia o que esperar, poucas vezes eu saí tão despreparado para conhecer um lugar novo, geralmente faço uma pesquisa pra aproveitar melhor o meu tempo, mas desta vez foi diferente, podia ser 7 ou 70...

Em um primeiro olhar eu avistei as casinhas de banho coloridas na beira da praia, pois é, fiz aquela assimilação rápida com as famosas casas de bando de Dendy Street Beach em Melbourne na Austrália, continuanos caminhando até que fosse possível observar o mar.

O mar estava calmo, poucas ondas, as barricadas de pedra alguns metros pra dentro do mar me fizeram pensar que nem sempre é assim. A faixa de areia não era tão grande, Luca me disse que no verão fica coberta de guarda sóis. Antes que eu pudesse aproveitar um pouco mais do ar frio que vinha em direção a terra a chuva começou a cair, foi o tempo de tirar mais algumas fotos e correr.

Enquanto caminhávamos em direção ao centro para ficar sobre proteção das marquises, passamos por uma igreja que chamou atenção, Chiesa San Giuseppe al Porto, fundada em 1913. Sob a desculpa da chuva resolvemos entrar. A igreja que chamou atenção por sua pintura externa se diferenciou ainda mais pela parte interna. Fugindo do padrão das demais igrejas onde o teto é tomado de belas pinturas coloridas ela era simplesmente branca, diferente de todas as igrejas italianas até então, porém não menos bonita. Seus pilares, como sempre, ricos em detalhes da base ao topo. Nada melhor que algumas fotos pra explicar o que estou falando.


Seguimos em direção ao centro, confesso que não entendi porque não tomamos dois cappuccinos no primeiro barzinho e um terceiro ou quarto que fosse, os cafés da Itália nunca são demais e eu já estava querendo fazer uma nova parada. Antes de nos aproximarmos do centro passamos por uma ponte que fica em cima de um canal onde alguns pequenos barcos estavam atracados. Nesse momento eu me questionei sobre a cor da água, mas sem uma resposta concreta continuei sem entender de onde vinha aquela água em tom esverdeado/azulado.

Outro ponto que me chamou atenção foi o verde da cidade, parece que o destino me pregou uma peça e me trouxe pro lugar mais cinzento da Itália (Lodi), afinal Fano não é a primeira cidade que visito em que o verde se mantém firme e forte no inverno. 



Alguns passos a frente e ultrapassamos o limite das muralhas que cercam Fano, essas se mantem também muito bem conservadas e dão um charme medieval a cidade, em vez de seguir na direção reta eu pedi que contornássemos o caminho costeando a muralha. Agora imaginem vocês que durante todo o passeio o italiano estava fluindo, minha compreensão chegando aos 90%, eu estava orgulhoso de mim mesmo. 
No caminho ia aprendendo um pouco sobre os transportes alguns costumes do país. Ao passarmos por uma flor amarela chamada Mimosa, me explicaram que no dia da mulher é comum que os homens deem esta flor para suas mulheres em homenagem ao seu dia. Ainda no âmbito das curiosidades eu descobri que o carnaval de Fano é o segundo mais famoso da Itália, perdendo apenas para o de Verona.
Para chegar no centro da cidade passamos pelo Arco d'Augusto que é datado do século IX d.C (1). Logo a frente fotografei a D'uomo de Fano(2), não me recordo de ter falado sobre isso, mas toda cidade na Itália tem uma Igreja D'uomo, e quando eu digo todas é todas mesmo.
No centro da cidade (4) estava acontecendo uma feirinha típica da Itália , daquelas onde se vende quase todo tipo de coisa, desde roupas até comida, tomamos um café e fomos conhecer a midiateca Montanari (3), um espaço que foi restaurado a pouco tempo e é extremamente convidativo aos acadêmicos de plantão, com um elevador panorâmico e um café na parte interna é possível passar horas sem se dar conta.

Algumas outras observações sobre Fano: As ruas são estreitas e quase todas iguais, a cidade é uma bela representante da verdadeira Itália, os paralelepípedos e as construções antigas faziam jus ao clima nublado e ao tempo úmido em uma sintonia perfeita. Quase esqueço de citar que a malha ferrovia que corta a cidade costeia o mar, então para aqueles que tiverem o prazer de chegar ou passar por Fano de trem terão uma vista espetacular. 



Após caminhar por mais alguns minutos resolvemos que voltaríamos para casa afinal no nosso roteiro haviam mais duas possibilidades para o sábado, a primeira era conhecer um castelo abandonado cuja história era de um homem que endividado, tirou a própria vida e desde então o castelo nunca mais foi ocupado. E a segunda possibilidade era conhecer a hidrelétrica que fica no meio das montanhas em Passo del Furlo, montanha essa em que Mussolini costumava passar suas férias. Bom não sabia o que escolher, por sugestão fomos para as montanhas. (Ótima escolha!)

Demoramos alguns minutos da casa do Luca até a montanha onde fica a hidrelétrica, no caminho eles me mostraram que as montanhas formam a silhueta de um rosto (supostamente o de Mussolini). 
Era final de tarde, a luminosidade estava começando a diminuir e a noite se aproximando. Chegamos ao final do percurso com o carro, por culpa de um deslizamento de pedras a estrada estava fechada e devíamos continuar a pé.

A primeira impressão do lugar foi de admiração, eram realmente montanhas gigantes com encostas de pedras à se perder de vista. Depois de alguns passos chegamos na represa que fornece energia, a água é de uma cor inexplicável, resposta para os meus questionamentos feitos ao passar pelo canal lá no centro da cidade. 

O silêncio e aquele clima nebuloso novamente colaboraram para a que o lugar se tornasse cada vez mais perfeito, era possível ouvir os pássaros cantando e uma cabra que berrava entre as encostas. 
Caminhamos pela estrada tanto quanto possível, ouvi que ali no verão, é comum que famílias inteiras façam piqueniques enquanto passam o dia admirando a natureza. O lugar é realmente extasiante. Após algumas curvas chegamos ao que seria o fim da linha, a estrada foi totalmente bloqueada para que fosse feita a restauração. Infelizmente o passeio que prometia ser o melhor dos últimos dias foi interrompido. O que teríamos encontrado a frente? É uma pergunta que talvez eu nunca tenha a resposta, mas baseado no que eu já tinha visto tenho certeza de que não iria me arrepender.



Na hora que voltamos já estava bem escuro, tomamos um café rápido e fomos nos encontrar com alguns amigos do Luca, foi outra noite e tanto, muito italiano, bastante inglês e uma lista de pessoas queridas que me receberam muito bem.

O domingo, como era de se esperar, não rendeu nada se comparado ao sábado, estávamos exaustos e a chuva incessante nos manteve praticamente o dia todo dentro de casa, nada mal pra quem esta empenhado em aprender o idioma.
Finalizando os comentários deste post eu posso dizer que todas as experiências que um turista deve passar ao conhecer um novo país eu vivi neste final de semana, desde a forma como os italianos almoçam até seus passa-tempos.

Bom se você leu o post até aqui eu espero que tenha gostado, infelizmente meus dias de Itália estão chegando ao fim e em breve teremos um novo país compondo as páginas do blog! 

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